Adentre pelo meu peito e siga
me devore os sentidos
meus sussurros e gemidos
grunidos na imensidão do sentir
suspiros...
Adentre pela minha alma embriagada
pela loucura da paixão desmedida e sem razão
siga não e não pare
encontre o caminho onde o vermelho e o amarelo se fundem
explodem em fogo
no queimor do que me me arde por dentro.
Adentre...
mesmo sem jeito
rasga-me o peito
as roupas
as linhas e as entrelinhas
Adentre...
invada-me com insanidade
para que posso querer a razão e as normas nessa hora?
Adentre...
me tire todas as verdades
derrube minhas barreiras
me invada sem fronteira
vença meus bloqueios
derrube-os sem dó!
Adentre...
Meu corpo e entranhas,
como uma flexa que sabe onde acertar o alvo
sei que sabes
Adentre...
celebre em minhas entranhas todas as tuas façanhas
não quero manhas, quero você
e não me importa nada além do querer
Quero!
Adentre...
ainda que amanhã me digas adeus
Adentre...
ainda que amanhã não estejas aqui
Adentre...
ainda que o que sentes não seja meu
Adentre...
Preciso do hoje
faço dele o meu sempre
adentro...
O infinito é agora
quem espera tem pressa
quem ama também
Adentre...
Invada meu peito
consuma e suma com meus medos
me diga que quer
tenha meu sim e vamos
não fale nada
não quero nada
não espero nada...
Apenas sinta!
Adentre...
ressinta a essência que há em mim
a essênciaque só você extrai
liberte-me da prisão dos tabus e dos medos...
Adentre...
sem fim...
penetre tudo que habita em mim...
invada meus póros
olhar e boca
invada meu corpo e minha alma...
Adentre...
Ana Cristina, 15/06/2014