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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

VAGUEANDO...


A entrega sem entrega
Quase sempre contesta
As entregas sem reservas
Aonde sempre há espera

Vou indo a passo fundo
No azul do mar profundo
Inundo, vagamundo
Vagueando o infinito

O futuro já era
O amanhã na espera
O hoje tem pressa
Ontem foi embora, não volta mais

Filantropia desmedida
Telepatia, apatia
Eu me vou na inda indo
Antes que meu temor me apresse

Vagueando, andando, ufano
Mundo vil, mundo profano
Portas que fecham e não se abrem
Mundos que abrem e jamais se fecham

Contestam
Refrestam
Refrescam
Muitas vezes acertam

Aqui e ali
Um dia não e outro por vir
O fim é aqui
Amanhã fica assim
Estou sempre aqui

Ana Cristina, 27/01/2016

domingo, 5 de julho de 2015

FAGULHAS EN-FIM


En-fim, o fim
desconhecido conhecido
a mim se apresentou
fagulhas e lamúrias
rodopias em mim

Pensamentos em movimento
como um vento a bailar no tempo
tento pairar o calar
impossível

Ando e persisto no caminho
que já nem sei onde dará
incertezas... fraquezas...
onde estão as certezas?

Frio congelante, espumante frio
derrapante e alucinante cair
procuro me apoiar e percebo
que já não há levantar, padeço

A esperança espera acreditar em si mesma
agonizante, redundante, paralisada em seu eu
andante na surdina, congelante caminha
na linha invisível do não saber e do não prever
arrisca, petisca do improvável viver

Ana Cristina, 05/07/2015

domingo, 19 de outubro de 2014

TALVEZES

O talvez é talvez...                                                                  
O talvez não é certeza
O talvez não segura a segurança que preciso
Talvez?

O talvez não é sim e nem não
É talvez
E mesmo sem ele ser sim, não quer dizer que seja não..
E mesmo não sendo não, não quer dizer que seja sim...
Talvez!

O talvez sempre te deixa no vácuo
Estar no vácuo é espera
E a espera quase sempre dói
Esperar é talvez...
Mas talvez não é espera!

Talvez sorria hoje
Talvez chore amanhã
Talvez ame agora
Talvez desame sem cessar
Talvez viva sem amar
Talvez ame para viver
Mas de todos os "TALVEZES"..
O talvez que mais prefiro é...
Viver para amar você!


Ana Cristina, 20/10/2014

sábado, 23 de agosto de 2014

LIVRE

Gosto de ser livre
de sentir o vento no rosto
Sentir a textura das coisas 
Me encanto com as coisas mais simples e também com as mais bonitas
Gosto de sabores e cores 
Gosto de sentir calor e amor
Gosto de sorrir e de abraçar
Gosto de perfume e vislumbres 
Gosto do meu silêncio pois nele posso voar
Gosto da liberdade e da leveza das coisas
Gosto da leveza das pessoas
Gosto de ser livre
Livre
Gosto de ser eu, como eu sou
Gosto de voar longe
Bem longe...
E gosto ainda mais de voar longe 
e não ter hora certa para voltar...

Ana Cristina, 23/08/2014

quinta-feira, 17 de julho de 2014

QUARTA-FEIRA...


Rasga-me por inteira e encontrarás só a ti
Em todas as partes de tudo que há em mim
Rasga-me por inteira e verás que o coração que um dia foi carne e músculo
Hoje encontra-se moído, triturado e partido...

São tantos os pedaços, que já nem sei se posso juntá-los...
O que dizer agora, se todas as palavras foram embora?
O que eu sinto não te importa e ainda assim, sinto...
O que eu sinto não te dói como doeu e ainda dói em mim

O teu mundo jaz numa concha
A tua concha... Entre teu véu negro te escondes... penumbra, rascunhas viver...
Não quisestes acordar pro meu mundo que tem pressa
Em ti sempre regressas, já eu, tenho pressa... Sim!

Já não sei, se a tua calmaria é tão sensata...
Já não sei, se minha pressa é tão louca...
TALVEZ!

Estamos em pontos divergentes,
tangentes,
enchentes,
eloquente
inconsequentes talvez...

Embriaguez,
insensatez,
infantis?
talvez... TALVEZ...

Só sei que essa dor é profana, rasga-me até as entranhas
Confunde-me com o passado que já passou...
Confunde-me com o presente que não é presente...
Confunde-me com o futuro que eu nunca saberei... TALVEZ...

Caminhos se abrem, portas também
Mas as vezes, parece que só pensamos em fechar todas as possibilidades, me diga o porquê?
Não sei, se a bela tarde de uma quarta-feira singela e perfeita se repete outra vez... Não sei!

Não sei, se a sinfonia regida por um destino que leva apenas um coração moído, emita uma nota sequer, que possa derreter o gelo da rigidez de um coração que se nega a crer que eu o amo...
Essa mesma sinfonia agonizada por este coração moído, talvez seja incapaz de derreter o gelo da tua estupidez de não entender que eu te amo...

O frio que sinto em meu peito, congela-me de saudade,
 atrocidade,
maldade,
veracidade... não..
apenas saudade...

Tua indiferença congela-me dos pés ao alto da cabeça
Tua estupidez apunhala-me como espada afiada

Não esqueço teus beijos,
Teu cheiro me consome os sentidos,
RES-sinto... RES-sinto... Sinto!

Quantas vezes precisarei gritar o seu nome?
Quantas vezes fingirás que não me ouves?

Sentimentos desvalidos,
dis-torcidos,
dis-sentidos,
dis-solvidos,
res-sentidos...

Insensíveis e tão sensíveis a você...
Seduzidos e invisíveis, por quê?

Visíveis ao coração, sem noção e sem perdão
Cheio de pecados e com tanta solidão...

Negue...
Me negue...
RE-negue
Te DE-sassossegue...

Engana-te apenas a ti,
Não a mim!

Me sinto através de ti...
Te sentes através de mim...

O quarteto que canta a canção do coração moído é atemporal...
Talvez um dia,
Talvez em anos,
Talvez tarde,
Talvez cedo...
Talvez hoje
Talvez nunca...
NÃO SEI!!!

Não aos 30, talvez em 50... Quem sabe aos 80... TALVEZ!

Saberemos se é amor ao sentir as borboletas borboletarem no estômago outra vez...
Só nós saberemos...
Sim saberemos!

Não precisa palavras,
Basta um olhar...
TALVEZ!

Ainda haveremos de sentir uma saudade doída ou uma saudade feliz,
Infeliz... Aprendiz... Diz...

Tudo aquilo que não se diz,
Mas ainda que calado diz...
Sentida diz...

"Tamagochicamente" manipulando um coração de alguém,
Que estupidamente esqueceu que um dia
Numa quarta-feira,
O amor podia confiar em alguém...

Ana Cristina ,17/07/2014

sábado, 14 de junho de 2014

ADENTRE...

Adentre pelo meu peito e siga
me devore os sentidos
meus sussurros e gemidos
grunidos na imensidão do sentir
suspiros...

Adentre pela minha alma embriagada
pela loucura da paixão desmedida e sem razão
siga não e não pare
encontre o caminho onde o vermelho e o amarelo se fundem
explodem em fogo 
no queimor do que me me arde por dentro.

Adentre...
mesmo sem jeito
rasga-me o peito
as roupas
as linhas e as entrelinhas

Adentre...
invada-me com insanidade
para que posso querer a razão e as normas nessa hora?

Adentre...
me tire todas as verdades
derrube minhas barreiras
me invada sem fronteira
vença meus bloqueios
derrube-os sem dó!

Adentre...
Meu corpo e entranhas,
como uma flexa que sabe onde acertar o alvo
sei que sabes

Adentre...
celebre em minhas entranhas todas as tuas façanhas
não quero manhas, quero você
e não me importa nada além do querer
Quero!

Adentre...
ainda que amanhã me digas adeus

Adentre...
ainda que amanhã não estejas aqui

Adentre...
ainda que o que sentes não seja meu

Adentre...
Preciso do hoje
faço dele o meu sempre
adentro...

O infinito é agora
quem espera tem pressa
quem ama também

Adentre...
Invada meu peito
consuma e suma com meus medos
me diga que quer
tenha meu sim e vamos
não fale nada
não quero nada
não espero nada...
Apenas sinta!

Adentre...
ressinta a essência que há em mim
a essênciaque só você extrai
liberte-me da prisão dos tabus e dos medos...

Adentre...
sem fim...
penetre tudo que habita em mim...
invada meus póros
olhar e boca
invada meu corpo e minha alma...

Adentre...

Ana Cristina, 15/06/2014

sexta-feira, 16 de maio de 2014

ReSSENTE...

Como medir a desmedida?
Como dosar o sentir, que sem medida escoa dentro de mim?
Como não amar?
Como não sonhar?
Como não querer o amor?
Flor que desabrocha...
Não avisa o dia do seu florescer...
Acontece!
Luar na imensidão do céu a brilhar...
Ondas de um oceano de sentidos
Que mesmo sem sentido, sente...
Faz todo sentido
ReSSente e sente
Flores e pétalas
Pólen e néctar
Mel que adoceia a boca
Incendeia o coração
Queima
Brasa ardente da loucura sem rasura
Me deixas sem jeito
Inocente coração
Acreditou na paixão...
E rendido agora está...
Tornou-se refém
do louco amor
da loucura que é amar...
Me faça sonhar
Quero acreditar
Na esperança que mesmo muda
No silêncio insiste em te amar...

Ana Cristina, 16/05/2014

domingo, 13 de abril de 2014

"ATempo" TEMPO?

Por que o tempo anda sem tempo?
Por que o tempo perdeu-se no tempo?
Estaria o tempo precisando de tempo?
Ou o tempo ficou tão sem tempo,
a ponto de sumir no seu próprio tempo?

Para que tanto tempo?
Ou porque a sensação de falta de tempo a todo tempo?
Seria o tempo desculpa?
Seria o tempo necessidade?
Seria o tempo mera saudade?

Tempo....
Tempo para nostalgia,
tempo para restaurar feridas,
tempo para amenizar as dores sentidas,
tempo para prolongar a alegria,
e tempo para prolongar a vida...
Tempo!

Tempo de aconchego
Tempo de beijos
Tempo de choro
Tempo de agouros
mas o que move o mundo, é tempo!

Aproveite seu tempo,
o tempo que ainda é pouco
o tempo que ainda começa
o tempo que está no seu percurso natural,
o tempo anormal,
o tempo racional e o irracional.

Aproveite o tempo que ainda te espera
aproveite o tempo sem pressa que ele acabe
ele pode durar segundos e se fazer eternidade
e pode ser eterno e ainda assim te faltar tempo.

O tempo não perdoa
O tempo voa
O tempo escoa
O tempo as vezes magoa...
O tempo passa o tempo todo
O tempo não pede tempo!
Invente seu tempo
sem pedir tempo!

"ATempo..."
Tempo...
"ATempo..?"

Ana Cristina, 13/04/2014

SONHOS...

Vivo de sonhos...
Sonhos meus,
sonhos teus,
nossos sonhos,
sonho!

Vivo de sonhos...
neles todos os planos,
sem planos,
Sonho!

Nos sonhos encontro sonhos
sonhos sonhados
sonhos escondidos
outrora esquecidos,
mas sempre...
Sonhos!

Sonho esperado,
é sonho amigo,
sonho querido
outrora reprimido
as vezes vivido
sonho e sigo...
sempre sonhando,
sempre...
Sonho!

Ana Cristina, 13/04/2014

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

E A SAUDADE?

E a saudade?
Onde guardá-la
Onde escondê-la?
Onde abafá-la?

E a saudade que dói?
E a saudade que sorri?
E a saudade que insiste em lembrar...?
E a saudade que tenta lembrar de esquecer...?

E a saudade do que se sabe?
E a saudade do que não se vê?
A saudade do que se conhece?
E a saudade do que nem se conheceu?

E a saudade?
Não diga o que me machuca, não!
E a saudade?
Não me diga nada, apenas escute...
E a saudade?
Não espero nada em troca, não espero!

E a saudade?
Apenas escute o que sinto
Escute meu coração...
E a saudade?
Apenas suporte aquilo que com força a tempo agonizo...

E a saudade?
Apenas escute o meu silêncio...
Apenas silencie o meu grito...
Grito de dor
Grito de amor
Grito de horror
Grito de saudade
Grito de uma liberdade presa
Grito de uma prisão deliberadamente solta...

E a saudade?
Ela vai estar sempre aqui dentro...
No âmago das minhas emoções
Eterna e doce prisão
Ardente no coração...

E a saudade?
Ela vai estar sempre aqui dentro...
Armadilhas e grilhões do insensato coração...
E a saudade?
É o que ficou de alguém que partiu
Partiu e não levou tudo o que deveria...

E a saudade?
Vai estar sempre aqui... ali... assim... assim... aqui!
A saudade, que saudade!

Ana Cristina, 28/02/2014