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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

ESTRANHA DE MIM MESMA


Insone,
me pergunto coisas que não tem resposta.
Sem sentido,
o que me perturba
busca um sentido.

Minha falta é uma incógnita
e já não sei como preencher este vazio.

Mergulho num infinito infindo
e perturbador de incertezas.
Confronto-me e percebo quão estranha
sou de mim mesma.

Não sei mais o que quero
nem sei se o que penso querer
realmente quero.
Não sei...
Ou sei?

Já não sei do presente.
Quiçá meu futuro.
Labirinto escuro,
sem direção.
E o passado?
Prefiro esquecer!

O sorriso que vejo hoje
no teu rosto tão contente,
só revela a tristeza do meu
ao ver que não sou eu o motivo do seu riso.

Me esquivo do nada.
Me esquivo de tudo.
Me esquivo de mim,
por me ser tão estranha.
Insanidade tamanha!
Estranha!
Estranho!

É estranho perceber
que achava que me conhecia.

Surpreendo-me
ao saber
que de mim nada conhecia.
E é por isso que me sinto assim...
Tão estranha de mim mesma...
Incerteza.
Estranheza.
Minhas certezas já não existem.
É estranho.
Insano!

Ana Cristina, 21/02/12

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

RECONHECIMENTO


Desde cedo, quando ainda pequenos
conhecemos a palavra “reconhecimento”
Desde os primeiros passos e rabiscos
já esperamos o reconhecimento daqueles que nos geraram. 
Na escola, após a tarefa bem feita
esperamos a estrelinha com os parabéns.
Como fruto de nosso reconhecimento
passamos a vida inteira numa incansável busca pelo reconhecimento.
Isso, às vezes, vira um eterno tormento.  
Buscamos ser reconhecidos pelo outro enquanto pessoas.
Reconhecidos pelos nossos familiares
no anseio de sermos alguém de quem eles se orgulham.
Reconhecidos pela pessoa amada como alguém a quem este admire,
admiração esta que justifique o ser amado. 
No ambiente de trabalho também ansiamos
pelo reconhecimento de nosso esforço e labuta.
Envelhecemos e esperamos de nossos filhos
o reconhecimento de tudo que foi feito por eles,
de tudo que se investiu emocionalmente e financeiramente.
Reconhecimento pelo amor incondicional e as renúncias. 
E ao chegar próximo a nossos últimos dias,
esperamos o reconhecimento da vida...
Que talvez um dia chegue,
talvez nunca chegue...
Talvez cheguemos ao fim da linha
sem alcançar o tão esperado reconhecimento.
Talvez... 
Mas ainda sim,
levamos ao retorno do pó que viemos
a esperança de que mesmo depois de morto
esse sentimento surja de algum lugar
e sejamos enfim reconhecidos pelos que ficam... 
Reconhecimento...
Reconhecimento...
Nossa glória,
também nosso tormento.
Eterno lamento! 


Ana Cristina, 10/02/2012