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segunda-feira, 29 de abril de 2013

OUTONO II


Perdida num infinito de mim,
em meio a caminhos que não encontro.
Inúmeros desencontros.
Infinitos sentidos sem sentido.
Caindo como uma folha levada pelo vento,
tento,
mesmo temendo o desencontro que enfrento.

Tonta e insípida.
Vazia e sem vida vivo... Preciso!
Caminhos de sol cujo brilho foi ofuscado.
Cinzento e sombreado.

Vagando pelo mundo,
cavalgo leões que tentam me devorar diariamente.
Sem luz, dormente,
já não sinto mais nada.

Nem a dor, nem a alegria, nem o desespero, nem o medo.
Temo meu próximo piscar de olhos.
Pensativa e ressentida da vida,
vivo e sigo.

Conheço caminhos que desconheço,
mesmo quando não quero conhecer.
Submersa em águas profundas e frias,
degelo da vida, finita, finda...

Sou capa da matéria infeliz que degela.
Não sei pra onde ir...
Espero sinceramente descobrir
o que um dia me fará realmente feliz.
Sorrir sem medo.
Dançar ao vento.
Ser liberta do longo inverno
e na primavera florescer.

Ana Cristina, 29/04/2013