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domingo, 6 de março de 2011

OUTONO



Lá fora tudo corre,
tudo agita.
Aqui dentro,
tudo cala,
tudo paira,
tudo fica.
Silêncio por fora,
sentimentos gritantes por dentro,
já nem sei dos invernos,
tampouco verão.
Desconheço as cores
da primavera doce.
Sinto-me outono,
folhas secas
caem de mim.
Não sei se ainda há verde.
Vejo apenas galhos secos...
Desnudos...
No chão toda a esperança,
se é que ainda há esperança.
Já não sei do verde,
só amarelo,
laranja,
marrom.
Tudo desbota!
O que era vibrante
agora é estático!
Ainda há verde ou cores?
Ainda?
Não sei!
Flores de primavera
ou neve de inverno impactante?
Ao pensar em que estação
encontro-me,
sinto-me outono!
Ponto!
Sinto o frio chegando,
aqueça-me!
Perco o sentido,
envelheço,
entristeço,
melancolia...
Quanta!
De um coração insensato
Por que me tomas?
Vai-te!
Não insista!
Vejo escala de cores
num “degradê”
preto e cinza.
Falta você aqui...
Sinto-me outono
quando estou sem você!

Ana Cristina, 03/03/2011