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sexta-feira, 26 de julho de 2013

DESCOMPASSO DOS MEUS PASSOS

Cinza são os dias
empobrecidos de alegria
descrentes da poesia.

Fria se torna a noite
ao me debater na cama sozinha
como o substrato sem a enzima.

Enganador é o teu sorriso
doce como um vinho
venenoso a escoar intrigas.

Teu olhar me devora como um leão faminto
que saboreia sem pena
o esmagar dos ossos da vítima indefesa.

Falsas são tuas promessas
tanto quanto a ingênua ideia
de que a felicidade pode ser eterna.

A solidão dança comigo
no baile dos desvalidos
pensamentos nus e sofridos.

Cálice de barro, rachado e raso
pobre da harmonia que enfeita com cores a vida
caminhada sem destino, inoportuno abrigo.

Descompasso meus passos
sem arrimo sobrevivo
a espera sem espera
da solidão sozinha
na vida sem vida.
Minha!

Ana Cristina, 26/07/2013.