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sexta-feira, 26 de julho de 2013

DESCOMPASSO DOS MEUS PASSOS

Cinza são os dias
empobrecidos de alegria
descrentes da poesia.

Fria se torna a noite
ao me debater na cama sozinha
como o substrato sem a enzima.

Enganador é o teu sorriso
doce como um vinho
venenoso a escoar intrigas.

Teu olhar me devora como um leão faminto
que saboreia sem pena
o esmagar dos ossos da vítima indefesa.

Falsas são tuas promessas
tanto quanto a ingênua ideia
de que a felicidade pode ser eterna.

A solidão dança comigo
no baile dos desvalidos
pensamentos nus e sofridos.

Cálice de barro, rachado e raso
pobre da harmonia que enfeita com cores a vida
caminhada sem destino, inoportuno abrigo.

Descompasso meus passos
sem arrimo sobrevivo
a espera sem espera
da solidão sozinha
na vida sem vida.
Minha!

Ana Cristina, 26/07/2013.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

A TORTURA DO NÃO...

O vazio
vazio
oco
sem fundo

Transparente
descrente
um poço sem rumo

Sem razão assumo
O abrir mão do mundo
errante sem prumo.

Sem rio
por um fio
navego
perdido
no achado escondido das descobertas cobertas

Sem saber cadê EU?
Me cobri de VOCÊ...

Nem sou TU
nem sei ser EU
não sou NÓS
nem VOCÊS
tudo agora é clichê

Longetude
finitude
atitude sem virtude

Inquieta
aquieta
no silêncio
sem reservas
a espreita da espera

Silencie o silêncio gritante
e escute o lamento inquietante
cortante
vazante

Nesse voo sem rumo
insulto negro e noturno
chão aberto sem chão
Torturado pelo NÃO

Me perdi na ilusão dos sonhos sem sonhos
sonhando a "sonhura" do SIM
Que sem força e enlouquecido
Aprendeu a dizer-te NÃO!!!

Ana Cristina, 22/07/2013

domingo, 14 de julho de 2013

RECOMEÇO... RENASÇO... FLORESÇO...


Quando penso que sei sobre alguma coisa dessa vida
descubro quão ignorante sou.
Quando penso que realmente enxerguei algo
Descubro que não vi o mais importante.

Quando penso que disse a coisa certa no momento oportuno
descubro quão inconveniente e inoportuno foi o meu falar.
Quando penso que sei realmente tudo o que sinto
descubro quão estranhos e desconhecidos são os sentimentos que habitam em mim.

Quando penso que fiz tudo aquilo que deveria ser feito
descubro o quanto deixei de fazer.
Quando penso que vou chegar aonde tanto planejei
descubro que ainda falta muito para trilhar o caminho que leva aos meus ideais.

Quando penso que não sei de nada
descubro que as respostas sempre estiveram aqui dentro e não quis olhá-las.
Quando penso saber o que escolho para mim
descubro que fiz a pior das escolhas.

Quando penso ter cometido o pior de todos os enganos
descubro que nestes enganos, muitos foram de  acertos. Surpreendo-me!
Quando penso que tudo está perdido
descubro que ainda há muito a ser descoberto e conquistado.

Quando penso que não há mais nenhuma chance
Descubro que uma segunda chance, só depende de mim e da minha vontade de recomeçar.
E assim sem perceber, percebo...
Que estou de volta ao Recomeço,
Renasço, Amanheço,
E enfim...
Floresço!!!

Ana Cristina, 14/07/2013