A conheci de longe
tão meiga e terna.
Singela e bela,
era ela uma nuvem a passear pelo céu.
Às vezes tão perto,
destino incerto
lhe acometeu.
Cercada de cuidados,
sempre a fino trato,
esta nuvem cresceu.
A nuvem sofria,
outrora gemia,
a dor que então conheceu.
Mas nada a rendia,
pois ela sabia
que o soluço que a esvaziava
um dia se esvaneceria.
Menina, mulher, amiga.
Irmã, mãe, talismã.
Foi presente de Deus
pra mim e pros seus.
Em seus planos tantos sonhos,
muitos deles interrompidos.
Seu tempo foi pouco,
mas seu pouco se fez muito.
Pela intensidade que viveu,
Nas nuvens
passeava pelo céu,
semeando o amor no coração
de todos que a conheceu.
Deve ter se tornado verdadeiramente um anjo.
Deve continuar a voar pelo céu.
Em seus olhos cor de mel,
as janelas que se abrem para o céu.
Duas portas de esperança
num sorriso de criança.
Agora longe
mas ainda perto,
deve nos espreitar do céu,
passeando pelas nuvens.
Nas nuvens era um anjo.
De encanto e amor.
Verdadeiro esplendor.
Em nosso peito ficou a flor
da semente que plantou..
Em nós...
nasceu o amor!
E a saudades nos deixou.
Ana Cristina, 03/03/2012