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quarta-feira, 7 de março de 2012

AÇOITE À MEIA-NOITE



A noite infindo açoite
corrói-me nas entranhas.
Solidão tamanha,
estranha,
me enganas
sob o peso que me lanças!

Murmúrios, gemidos e xingos,
porque enganar ao coração que amas?
Infâmia, tamanha,
suplício,
desperdício.

Como posso enxergar
se a minha visão ofuscas?
Como prosseguir
se encontro-me preso a ti?

Procuro respostas
e o silêncio me grita
o que não quero admitir.

Já não sei quem és para mim.
Também sei que não sou mais o mesmo em ti.
Mutação, frustração!

Enfadonho discurso à meia noite.
“Foi-ce!”
Devia voltar a dormir,
apagar e esquecer tudo aquilo
que me fez sofrer.
Quero um sono tranquilo,
um eterno amigo.
Alimento neste
a esperança de que amanhã,
ao despertar,
tudo novo
poderá recomeçar!


Ana Cristina, 07/03/2012